Como a tecnologia vem otimizando processos e reduzindo custos no setor logístico? –

A inclusão digital transformou o mercado de trabalho de uma forma sem precedentes. Com o surgimento constante de novas tendências, grande parte das empresas se viu forçada a adotar essas mudanças para se manter relevante no mercado, o que vem se provando uma atitude prudente a longo prazo. No setor logístico, a tecnologia assumiu um papel fundamental na otimização de processos e redução de custos operacionais.

O setor logístico brasileiro representa uma boa parcela do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, considerando que é um dos segmentos que mais crescem no país. Mesmo com números ascendentes, ainda é observada uma certa resistência das empresas em relação às ferramentas tecnológicas. Essa falta de preparo e adaptação resulta em grandes dificuldades de gestão, especialmente se tratando de análise e aproveitamento do volume de dados gerados por essas companhias.

Contudo, esse cenário tende a mudar rapidamente, de acordo com um levantamento realizado pela consultora MCC-ENET. A expectativa é que o mercado de logística nacional apresente um crescimento de 50% em 2024, considerando que mais empresas passarão a utilizar soluções tecnológicas em sua operação ao longo do ano.

De acordo com especialistas, a tecnologia está entre um dos quatro principais pilares do segmento na modernidade, ao lado de bom produto, competência humana e análises preditivas.

Como a tecnologia está sendo aplicada na logística?

Apesar de possuir o seu próprio mercado, a logística é um termo bem generalizado, já que se aplica em todos os setores e segmentos. A principal proposta desse conceito é melhorar cada aspecto interno de uma empresa, buscando aprimorar a qualidade dos produtos e serviços prestados constantemente. Essa evolução acompanha fatores como redução de custos e aplicação de métodos sustentáveis, que também estão diretamente relacionados.

Esses são os principais fatores que compõem o conceito conhecido como supply chain – ou cadeia de suprimentos, em português. Esse termo é utilizado para designar cada processo logístico relacionado a produção e distribuição de produtos, indo desde sua fabricação até o transporte final, que pode ser em larga escala para os lojistas ou diretamente para o lar do consumidor. O papel do gestor é garantir que cada um dos elementos citados anteriormente esteja sendo aplicado nas diferentes etapas operacionais.

A inclusão digital radicalizou o mercado de comércio e varejo, criando novos hábitos de consumo que trouxeram desafios inéditos para os gestores. A ascensão do e-commerce tirou muita da força das vendas físicas, exigindo que as empresas do setor se adaptassem à necessidade de se fazerem presentes online. Isso criou uma demanda muito maior de envio de produtos, o que por sua vez trouxe questões relacionadas a controle de estoques e rastreabilidade.

O papel da tecnologia neste cenário é auxiliar os gestores a manterem o controle da operação com maior precisão e eficácia. Hoje já existem diversos softwares de gestão que utilizam ferramentas como Internet das Coisas (IoT), Big Data e inteligências artificiais, buscando auxiliar os responsáveis em sua tomada de decisões e reduzir a quantidade de trabalho em processos mais simples, dando autonomia para os próprios sistemas assumirem tarefas menos exigentes.

Como funciona na prática?

A cadeia de processos relacionada à supply chain é muito complexa, dependendo de uma série de fatores para conseguir manter a operação em dia. Qualquer etapa que apresentar falhas pode complicar o restante da operação, então a principal função da tecnologia é reduzir ao máximo as chances de erros – que, em sua maioria, são causados por desatenção humana.

Ao lado das inteligências artificiais, a Internet das Coisas é uma das principais responsáveis pela automação de processos corporativos. Os sistemas são capazes de compreender tarefas simples que não precisam necessariamente de dedicação humana, permitindo que o fluxo de trabalho seja completamente otimizado e que os colaboradores se dediquem a atividades mais importantes.

No controle de estoques, por exemplo, esses softwares assumem o papel de atualizar automaticamente os números de mercadorias registrados no sistema. Para isso, basta escanear os códigos de barras das embalagens ao entrar ou sair dos depósitos, garantindo dados sempre atualizados e livres de erros de contagem. Esse recurso também se faz essencial para evitar desperdícios e perdas de produtos perecíveis, garantindo que todos sejam comercializados dentro do seu período de validade.

De uma forma igualmente eficaz, existem ferramentas direcionadas exclusivamente para a rastreabilidade de produtos e lotes completos. Mesmo que uma empresa trabalhe com a terceirização de frotas, ainda é possível utilizar soluções tecnológicas para garantir um rastreamento preciso de cada item enviado, além de calcular rotas mais eficazes, a fim de reduzir custos operacionais. Da mesma forma, essa função é útil na logística reversa, quando se torna necessário recolher produtos defeituosos.

Mesmo com tantos benefícios, ainda falta interesse por parte das empresas em adotar tecnologias mais eficientes em sua operação. Um relatório da nstech aponta que apenas 71,5% das companhias do setor investem nesse quesito – um número alto, mas que ainda não é o suficiente para alavancar o verdadeiro potencial da logística brasileira. Com operações cada vez mais complexas, torna-se necessário apostar continuamente em ferramentas que estejam à altura.