Depois reclamam que falam que o Congresso é inimigo do povo, porque a surpresa não pára. É natural que uma parte da sociedade ache que o Congresso está agindo para a blindagem de parlamentares, está agindo contra os interesses do povo, porque as pautas prioritárias aqui tinham que ser outras. Infelizmente, foi o caminho adotado pelo presidente Hugo Motta.
Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, em fala a jornalistas
Terminar o ano sem pendências
O presidente da Câmara surpreendeu as lideranças com pauta própria. Motta comunicou a votação do projeto que reduz as penas. O chefe da Casa também decidiu votar as cassações dos deputados condenados Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), além de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ), com a justificativa de finalizar o ano sem pendências de temas polêmicos.
Motta sofreu derrota nas cassações. O deputado do PSOL recebeu uma punição menor (suspensão de seis meses) com ajuda de partidos do centrão. O parlamentar ganhou apoio por não ter problemas com a Justiça e pelas agressões que sofreu no início da semana após a Polícia Legislativa tirá-lo à força da cadeira do presidente da Câmara.
O paraibano não cumpriu com a palavra de cassar Zambelli. Interlocutores de Motta afirmaram ao UOL que Zambelli seria cassada em plenário, mas, por um erro de cálculo do chefe da Casa, a deputada teve seu mandato preservado, o que abriu mais uma crise com o STF. Na sexta, o Supremo cancelou a decisão da Câmara e determinou a cassação imediata da parlamentar, que está presa na Itália.
A preço de hoje, Motta não seria reconduzido como presidente da Casa. Eleito com 444 votos em fevereiro, deputados afirmam que o paraibano ganhou a impopularidade dos colegas e não conseguiria se reeleger.


